segunda-feira, 26 de julho de 2010

Cores do pôr do Sol

23 de Julho, 2010

À hora combinada lá estava eu, equipado e pronto para uma jornada de surfspinning. Desta feita estava combinada uma pesca com o João Boavida, Homem do Mar e que dispensa qualquer apresentação.

Quando cheguei, o João já estava a fazer uns lances do lado esquerdo do esporão ali mesmo junto às pedras. Fiquei a apreciar a paisagem e aproveitei para ler um pouco o Mar. Estava como que eu queria. Com a maré a atingir o pico mais baixo às 20:41, estava com a fé de fazer a viragem e a enchente até às 24:00.

Entretanto ele viu-me e veio o meu encontro ao que aproveitamos para nos cumprimentar, trocar algumas impressões e lá fomos para o pesqueiro escolhido, que estava mesmo ali ao lado direito do esporão.

Puxámos da nossa argumentaria para o engano e separados por uns bons metros e estrategicamente alinhados por explicação do João, que para mim faz todo o sentido devido à experiência de capturas anteriores, começamos os lances. A coisa prometia, a maré era de feição, o final do dia estava com uma cor fantástica e a pedir amostras de cor dourada, laranja e vermelhas.

Lance atrás de lance lá sentimos uns toques, mas nada que nos deixasse em pulgas…Começamos com amostras duras, nos tons adequados ao final do dia, o João com uma Macua dourada/preta e eu a estrear uma Ocea D Complex (Shimano) de cores similares. Insistimos durante quase uma hora tendo mudado para uma Dansel branca tipo Sasuke e fiz mais um quarto de hora assim. Nada de Labrax.

Estava na altura e na hora de mudar para a arma secreta. O João colocou um vinil da Xorus, Rolling Shad em laranja e eu Sand Eel da Savage Gear na cor de vermelho vivo e verde florescente. Fiquei impressionado com a capacidade de voar daquela amostra, conseguia quase as mesmas distâncias que as amostras duras embora o vento se apresentasse irregular, tanto vinha de norte como de este.

O sol estava já muito baixo e manchava a agua de tons de vermelho e laranja. Trabalhava a amostra primeiro deixando-a cair no fundo, e depois com toques de ponteira mais ou menos vigorosos e recuperações lentas, fazia com que a amostra subisse e a seguir mergulhasse na areia, ficando metade enterrada, para a seguir levantar e subir levantando um reboliço de areia. Fiz esta simulação junto à margem e é incrível como a amostra funciona na perfeição, imitando uma enguia da areia.

Sand Eel da Savage Gear

Conseguia lançar para trás da rebentação, esperava uns segundos bons, e sentia a amostra a cair no fundo. Estava com esperança que os granditos andasse lá à frente e com a amostra no fundo e na parte mais funda, aproveitava para dar uns toques mais fortes, que iam diminuindo à medida que a amostra se aproximava da margem. E foi a meio caminho, invariavelmente no espumeiro que ferrei o primeiro. Ainda fez cantar o VS-30, mas pouca linha levou. Pesava 1,2kg. Acondicionei o peixe no saco rede e numa poça de agua junto às pedras.

Rolling Shad da Xorus

Antes de voltar aos lances, fui trocar umas impressões com o João. Tinha sentido um toque bom, mas não tinha a certeza se era de facto um ataque. Voltei a posicionar-me no meu sitio e a noite queria instalar-se ainda com uma luz alaranjada no horizonte. Lancei para a minha esquerda e o vento levou-me a amostra para a minha frente. Fiz uma pausa e comecei a animar. Mais uma vez no espumeiro, ferro outro, mais pequeno que apesar de todos os cuidados, chegou às minhas mãos impecável, mas ao tirar a amostra que estava ferrada no canto esquerdo da boca, deu um safanão forte e o dedo polegar que estava dentro da boca, escorregou para o lado da amostra, fiz força e fechei mais a mão e acabei por rasgar a boca ao peixe e por um triz não me ferrei entre o polegar e o indicador. Pobre coitado, pesava 900g e merecia mais vida. Fiquei atrapalhado e até um pouco envergonhado, ao ponto de pensar seriamente em comprar um xalavar daqueles de pega curta para os aconchegar e devolver.

Tratei do peixe como fiz ao anterior e voltei à acção de pesca. A noite estava no seu pleno e a Lua no nosso lado esquerdo iluminava a agua, deixando um rasto vivo de prata. Estava na hora de mudar de amostra. Aquela cor teve o seu momento. Mudei para uma Sand Eel branca pérola e repeti o ritual. O João fez o mesmo com uma Rolling Shad da Xorus. Lance atrás de lance e sem qualquer toque, fiz uma mudança drástica e passei com um Sand Eel escuro com proporinas prateadas. Testei a amostra ali na margem e percebi as razões pelas quais de devem usar amostras escuras em dias de Luar. São perfeitamente perceptíveis os movimentos da Sand Eel, mais naturais do que a cor branca, que na minha opinião se deverá usar durante o dia ou Lua Nova.

Fui à pesca de T-shirt a pensar que a noite seria amena, e de facto até o foi até certa hora. Eram umas 22:15 sensivelmente, quando chegou o Miguel Carrilho com um amigo a quem ele quer por o vicio e aproveitei para fazer uma pausa e conversar um pouco com eles. Entretanto o João, já entorpecido pelo frio, diz-nos que vai fazer uns lançamentos junto às pedras e depois recolhe a casa.

Fiquei mais uns minutos bons, mudando de amostras e mudando também de sítio, mas nem mais um toque. Agora quem estava enregelado era eu. O Miguel queira ir experimentar do lado esquerdo do esporão e saímos os três do pesqueiro e quando conversávamos vimos o Pedro Pinguinha a chegar. Ficaram os amigos a lançar e eu fui para casa, limpar o material e secar os ossos.

Até breve!


Ficha Técnica

  • Cana Okuma Salina Seaspin 9'.6" CW(10-40)
  • Carreto Okuma VS-30A
  • Linha Power Pro 15Lb green
  • Terminal fluorocarbon Seaguar 0,33 com snap de carbono.
  • Amostras de vinil Sand Eel da Savage Gear.

Condições do Mar

  • Viragem da maré e enchente, Lua quarto crescente, ondas de 1 metro, às 20:45 e 21:00.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Dead Slow Act 125

17 de Março de 2010,

Depois de um dia bem passado junto à praia Norte da Nazaré, nas piscinas, eis que chego à Charneca da Caparica, descarrego o carro e preparo-me para uma sessão de spinning.

Com a maré cheia às 19:30, queria testar o meu pesqueiro habitual com a maré a vazar. Já sei que a encher o peixe anda por lá.

Chego ao pesqueiro ainda de dia, monto uma Macua dourada e vermelha e varro as primeiras aguas ali juntinho às pedras. Não senti um único toque. Fui-me chegando para a direita, afastando-me das pedras e com algum cuidado entrando mais na agua, já que as ondas estavam de enchio e mesmo estando a vazar apresentavam alguma força e inconstância. Continuo a lançar….

Mudo de amostra e coloco uma Dansel branca tipo Sasuke e volto a varrer em leque aquela zona. Nada e a noite começava a surgir. Com a Lua a quarto crescente a deixar um rasto de prata, reparei que estava a entrar muita luz na agua e que uma amostra branca dava muito nas vistas. Troquei de amostra e saquei de uma arma secreta.

Little Jack Dead slow act 125.

Esta amostra lança muito bem e tem um efeito de wobbling muito flanqueado e rápido. Aqueles tons de verde/amarelo com capacidades holográficas são a arma muito eficaz para noites com alguma luz, porque produz um cintilar muito atractivo.


Afastei-me ainda mais para a direita e estava já em plena praia, depois de passar uma zona com um fundão mesmo junto à muralha. À beira de fundão e a entrar dentro de agua cada vez mais, lançava a amostra que com o vento de Norte de uns 12 nós, fazia com que a amostra caísse na minha esquerda, não é que a visse, mas percebia-se pela direcção da linha quando começava a recuperar.

E insisti porque tinha fé na amostra. Estava kitada com triplos da Asari. Pela quantidade de linha que recupero sei que a amostra está a voar bem, embora as ondas a levem para sul e depois trabalha quase em diagonal em relação à praia, umas vezes mesmo em paralelo quando recupero mais devagar. A certa altura e já com a amostra ali muito perto do fundão, sinto um puxão que me surpreendeu, porque ali naquele sitio havia agua, areia e talvez alguma pedra perdida. Reagi ao puxão e levantei a cana e fiz o gesto de ferrar, a cana arqueou durante uns 2 a 3 segundos, seguiu-se outro puxão menos forte e a amostra sai disparada e cai mais frente ali a uns 3 metros de mim.

Praguejei e fiquei com aquele pensamento…”epa na volta acabei de perder o Robalo da minha vida…..”

Depois passei a amostra várias vezes por ali, mas o episodio não se voltou a repetir. A agua estava a sair do pesqueiro lentamente e eu aproveitei para avançar mar adentro e foi o que fiz melhor. Antes de começar a fazer o caminho de regresso, lancei na diagonal a tentar bater o mais água possível e quando já estava a recuar para contornar o fundão, ferro um robalo de 1,5Kg. Estava ferrado por fora em dois sítios e não soltou. Grandes fateixas estas… Devolvi o peixe com os devidos cuidados e esqueci-me de lhe tirar uma foto com a minha Olympus. Com este alento, deixei-me ficar mais um bocado até regressar ao ponto inicial.

No próximo fim de semana, volto e com a maré de feição.

Ficha Técnica

  • Cana Ilicium Classic 2,7m CW(10-40)
  • Carreto Okuma Inspira 40 RD
  • Linha Spiderwire 10Lb green
  • Terminal fluorocarbon Trabucco Diamond FC-X 0,24 com snap de carbono.
  • Amostras Macua vermelha e dourada, Dansel (sasuke alike) branca e Little Jack Dead Slow Act 125

Condições do Mar

  • 2 hora de vazante, Lua quarto crescente, ondas de 1 metro, às 22:30.

Até lá , um abraço!

domingo, 11 de julho de 2010

Meia hora de pesca





Ora viva,

Ontem, dia 10 de Julho depois de comer alguma coisa, vesti os waders e arranquei para as Bicas. Eram 21:30. Mas rapidamente me deu a preguiça de fazer aqueles quilómetros, estando mesmo assim já do outro lado, na Charneca, não me apeteceu.
Tirei azimute para outro pesqueiro bem mais perto. No dia anterior, estive com uns colegas desta pesca a varrer a Fonte da Telha, caminhando alguns metros bons em direcção ao Meco, à procura de Bailas. O mar tinha tudo para elas lá estarem, mas nem na ida nem na volta.

Voltando à minha saída de ontem...Cheguei montei a cana, carreto, linha e escolhi a amostra. A maré estava a subir à uma hora.

Não quis ir para a praia e fui para cima do pontão. Estava uma ligeira brisa de norte. Lancei para norte inicialmente, ainda havia luz suficiente para ver onde a amostra caía e conseguia ver a amostra a trabalhar. Coloquei uma Macua, dourada no lombos, vermelha no dorso, com uns triplos da Asari.
Lancei várias vezes e fui dando a volta ao pontão, até lançar para sul e com a ajuda do vento estava a cobrir mais agua. Nem um toque. Bom, pensei, se calhar estão mais fundos, e mudei para uma Daiwa Sea Bass Hunter III e voltei a varrer todo o pontão. A amostra estava a afundar como deve de ser e entretanto fiquei sem luz.

Como não gosto de andar naquelas pedras à noite e não quero ligar a lanterna, sai dali e fui para a praia, onde voltei a colocar a Macua.

Entrei na agua quase até à cintura e lancei para Norte a uns 10º, recuperei uns 15 segundos e senti uma cabeçada, levantei a cana e ajustei o drag do Okuma Inspira 40 porque me esqueci de o fazer antes. Levou alguns metros de linha e parou. Depois foi só recuperar com calma, controlando os safanões e a escoa.




Verifiquei o peixe, tratei dele e voltei à acção de pesca. Mais uns lançamentos e de repente sinto a linha frouxa. Recupero e inspecciono o snap. Estava totalmente aberto. Como aconteceu não faço ideia.

Coloquei uma branquinha da Dansel, tipo Sasuke e toca a lançar. Ao terceiro lançamento ferro outro. O mesmo ritual e estava na areia para avaliar o estado do peixe. Tinha uma fateixa num olho e por isso não o devolvi. O tamanho era mais do que regular, mas devia ter tido mais tempo para crescer.

Desta vez inspeciono o snap e estava normal.

Entro mais dentro de agua e lanço em leque e ao fim de uns pouco lançamentos lá vem o terceiro. Este engoliu a amostra de tal forma que a fateixa traseira estava ferrada nas guelras e num orgão que sinceramente não sei qual é, mas o peixe sangrava por todo lado. Lavei-o e arrumei-o no saco rede.

Estava satisfeito e disse para comigo, "Não vale a pena apanhares mais". Registei as condições de mar, lua e vim para casa.




Às vezes é assim, simples e fácil. Valeu a preguiça...!

Ficha Técnica
  • Cana Okuma Salina Seaspin 9,6" CW(10-40)
  • Carreto Okuma Inspira 40 RD
  • Linha Spiderwire 10Lb green
  • Terminal fluorocarbon Trabucco Diamond FC-X 0,24.
  • Amostras Macua vermelha e dourada e Dansel (sasuke alike) branca.
Condições do Mar
  • 1 hora de enchente, Lua quase nova, ondas de 1 metro, às 22:00.

Um abraço e até à próxima.