domingo, 14 de novembro de 2010

Teste e comentários ao Trio 40 - Okuma

Viva,

Vamos olhar em detalhe o Okuma Trio 40. Acabei de o receber faz pouco tempo e já fiz uma sessão de spinning com ele. 


A primeira impressão foi que tenho carreto para muito tempo e com um pouco de sorte alguns robalos à mistura. Testei-o com a cana Okuma Salina Seaspin 9'6" e achei o conjunto equilibrado e esteticamente bem conseguido. Como estamos a falar do tamanho 40, o peso ronda as 300 e poucas gramas.


Por dentro e por fora :

Quando o recebi a primeira coisa que fiz foi abri-lo e ver como eram os componentes internos, a mecânica e qualidade de construção. O carreto já vem lubrificado de fábrica, mas tenho o hábito de reforçar sempre com um pouco mais de massa e óleo, particularmente nas rodas dentadas do pinhão de ataque e roda dentada de transmissão.   


A sensação que tive é que este carreto foi muito bem desenhado e nota-se o cuidado que houve para criar soluções que facilitam a manutenção e reparação. Quase tudo nele foi pensado para ser modular, ou seja, parece um lego. 



A bobine foi concebida com construção Crossover, e separa-se em 4 partes, facilitando a limpeza porque se consegue aceder a todas as partes e simples de reparar porque não terá de comprar um bobine nova se algo se estragar, mas apenas a componente em causa. O sistema de drag está numa câmara de alumínio própria e isolada que permite mais suavidade e estabilidade.



A asa do cesto e o sistema de abertura e fecho está concebido para ser facilmente desmontado, para limpeza e reparação. Todas as peças têm parafusos, não há rebites, peças que encaixam sobre pressão, ou molas interiores, e este facto obviamente é fracamente positivo, porque se necessitarmos de o abrir ou aceder ao interior de alguma parte, basta tirar o parafuso.



Foram utilizados parafusos de cabeça sextavada interior e alguns normais tipo estrela. Para além de serem esteticamente mais elegantes, permitem um aperto e desaperto mais seguro.


O apoio e braço são dois componentes separados, ligados por um encaixe e dois parafusos sextavados interior e porca interior. O apoio que encaixa na cana é em grafite, o braço que liga ao corpo é em alumínio. O braço por sua vez não está fundido com o corpo, está encaixado ao mesmo com um guia e dois parafusos sextavados. Se o carreto cair ao chão e se partir o apoio ou o braço, qualquer deles pode ser substituídos, porque são peças soltas, ao contrário da maior parte dos carretos do mercado, que se partir o apoio ou braço, como fazem parte do corpo do carreto, pode ir comprar outro.

A tampa do Drag


A base do Drag

O corpo do carreto na face onde as engrenagens estão apoiadas é em alumínio, a "tampa" é em grafite. O objectivo disto é fornecer estabilidade às engrenagens para um funcionamento suave e sem folgas e redução de peso. As ligas e metais usados nas engrenagens são os habituais da Okuma e não diferem do que vejo no VS-30A, com uma diferença. O Trio não tem o veio de guia do vai-vem que faz subir e descer o eixo principal, isto porque o vai-vem está ligado à elíptica de outra forma e já não necessita. 

    Eixo principal com dois batentes.

O acabamento exterior na grafite e no alumínio é uniforme. Faz-me lembrar a camada que davam às maquinas de fotografar e filmar profissionais, mas ao invés de rugoso é liso.


Rolete com dois rolamentos interiores 

Foi rápido e fácil abri-lo e aceder a tudo o que queria ver, significa que está simples, tem poucos parafusos no apoio da cabeça do pinhão de ataque, filosofia Keep it simple.

Os materiais usados em todo o carreto são alumínio e grafite. A bobine levou 137 metros Power Pro de 15lbs (totalidade do rolo) e ficou na margem ideal do rebordo superior para não fazer cabeleiras. 



Em acção de Pesca :

Abrir a asa do cesto, lançar, esperar uns segundos e iniciar a recuperação e voltar a fazê-lo umas dezenas de vezes na noite escura, foi o teste que fiz. Ocorrências desagradáveis, zero. 

A abertura da asa faz um click audível mesmo com o som das ondas, aspecto importante na pesca de spinning nocturna já que não vemos bem e estamos sempre a fazer os mesmos gestos e é importante sabermos que a asa está aberta e esse som sinaliza que o gesto de abrir foi feito com sucesso, não vá o lançamento partir a linha ou o nó e lá se vai uma amostra cara de valor e sentimento.

A linha sai muito bem, eu coloco sempre a mão esquerda à volta da bobine para sentir a linha a sair e perceber quando a amostra entrou na agua e parou. Lançamento após lançamento, uma prestação impecável, não fez uma única cabeleira. 

Ao recuperar é que senti o potencial do Trio. Tem uma recuperação suave e uma velocidade que se adequa aos predadores oportunistas como o Robalo. Quem já pescou com outros carretos de origem Nipónica , pesca  com o Trio e não sente a mínima diferença. Enrola a linha a ocupar toda a bobine graças ao sistema EOS, com uma distribuição perfeita. A rebocar a amostra, quer em agua livre ou no rebojo ou no teste de carga que fiz com um peso de 3kg, mantém-se a suavidade e sente-se a desmultiplicação das engrenagens a resolverem o problema.

A regulação do Drag tem um curso mais pequeno e por isso fácil e rápido de ajustar. A maior parte dos carretos desta gama e superiores tem um curso de ajuste do drag grande, significando que temos de dar várias voltas ao drag para o colocar com a força que queremos. No Trio, depois de colocada a tampa e ajustada com a bobine totalmente livre, basta dar duas voltas ao drag e fica quase totalmente fechado. No teste de carga que fiz, com o drag regulado a vários níveis, respondeu sempre da mesma forma, ou seja, irrepreensível, aliás igual,  para quem conhece o Salina ou o VS.





Em Fevereiro de 2011 irá ser colocado à venda a versão Okuma Trio S (High Speed).

Abraços.

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