quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Spinning com a descendência


Viva,

Educar e criar um filho é uma tarefa para a qual não existem manuais. Eles são fruto de uma percentagem genética e outra completamente aleatória, e por isso, um descendente é sempre uma caixa de surpresas.

Lembro-me de quando era miúdo, vivi experiências que me marcaram para toda a vida, e que me fizeram tomar gosto por certas actividades. Um delas foi ir à pesca com o meu Pai, na marginal de Lourenço Marques, actual Maputo. Uma cana de 2,40m de fibra e um carreto Sofy e muito peixe.




Os tempos são outros e os estímulos comuns a esta geração tem outras actividades preferenciais, mais caseiras, mais tecnológicas. Eu com a idade do meu filho, passava horas na rua a brincar.

E de pequeno se torce o pepino. Levei-o a lançar umas amostras e ver se a sorte nos calhava e se lhe punha o gosto.



Explicar o mar, os seus preceitos, o comportamento das espécies e o significado da amostra e o que ela vale para o peixe. "Pai, os peixes mordem isto?, mas é de plástico!"


"Pois, é de plástico, mas tem cores e forma de peixe pequeno e move-se de uma maneira que parece que está ferido". E com olhos de atenção que se mira o mar a ver o que acontece. 


Fazer a pedagogia que os seres deste planeta tem direito à vida e ao respeito, para mais tarde fazer uma pesca de consciência. A pesca está feita com uma foto do troféu, mesmo que se devolva o exemplar ao mar em condições de saúde. 


Deixa-los tentar sozinhos para ganharem confiança é fundamental. Neste dia tivemos azar com as capturas, as cavalas estavam longe e não chegava-mos a elas.


Há-de voltar e há-de crescer, para lançar estes enganos com anzóis triplos muito afiados, em pesqueiros de pedra e areia, ao meu lado, como o meu companheiro de pesca, de todas as pescas.


Abraços.

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